terça-feira, 23 de novembro de 2010

Frenagem de emergência com motos. O inesperado acontece e as vezes o freio é a única solução.

Este modelo da foto, AME AMAZONAS C1 250cc é equipado com freio a disco hidráulico, que, lhe proporciona maior segurança nas frenagens de emergência.

Rodando a 60 km/h, a moto serpenteia entre os carros entalados no congestionamento. Habilidoso, o piloto executa manobras rápidas quando percebe a aproximação de um carro na traseira. Em uma fração de segundo, desvia o olhar para o retrovisor. Nesse instante o trânsito pára. Não há por onde escapar! Habilidade não falta, espaço sim. Mesmo freada a 60 km/h, a moto segue em frente mais dois segundos e ainda roda 16 metros: se o carro estiver parado a 14 metros da moto, a pancada é praticamente inevitável.

O que aconteceu com o nosso piloto imaginário infelizmente é comum. Por mais habilidade que se tenha, o espaço de frenagem de uma moto depende de vários fatores. No Campo de Provas da Pirelli, em Sumaré (SP), comprovamos que uma Moto Street 150 precisa de 9 metros para frear a 40 km/h, espaço que quase dobra, indo para 16 metros, se a moto estiver a 60 km/h. Se o piso estiver molhado, o espaço necessário chega a 20 metros, rodando nos mesmos 60 km/h. Além disso, evitar ou não um acidente pode depender também do estado dos pneus, da manutenção dos freios e de seu uso correto. Do excesso de velocidade não há como escapar: a 90 km/h, a CG percorreu mais de 40 m até parar totalmente.

Para mostrar tudo isso na prática, usamos uma Moto Street 150 equipada com freio a disco na dianteira e pneus novos, os originais Pirelli City Demon, com a calibragem recomendada pelo fabricante (25 libras na dianteira e 28 na traseira, rodando só com o piloto).



As condições do teste no Campo de Provas também foram as ideais. Tanto no asfalto seco quanto molhado, a pista apresentava a melhor aderência possível, sem buracos ou qualquer vestígio de óleo ou areia. Assim, os números obtidos pelos pilotos são os melhores que se pode conseguir em uma frenagem – devidamente confirmados por um GPS (Global Position System) conectado simultaneamente a sete satélites, com precisão de centímetros e milésimos de segundo!

Foram mais de 60 frenagens realizadas da forma correta: 70% da pressão no freio dianteiro e 30% no traseiro. Porém, como muita gente usa apenas o freio traseiro os pilotos mediram o espaço percorrido usando essa frenagem errada. Como era de se esperar, os espaços foram praticamente o dobro: a 60 km/h, foram 43 m usando só o freio traseiro contra apenas 16 m com a utilização dos dois freios. Uma demonstração importante para tentar acabar com este vício de alguns motociclistas (veja “Só no traseiro”).





Também a pressão dos pneus influência na segurança da frenagem. Um pneu dianteiro com pressão abaixo do recomendado, no caso 15 libras contra as 25 indicadas pelo fabricante, mostrou um resultado interessante numa frenagem a 40 km/h.

O pneu rodou no aro e poderia até arrancar o bico da câmara (veja “Risco no bico”). As leis da física são cruéis com pilotos habilidosos ou não, e cobra em distância de frenagem o preço de descuidos com a manutenção ou excesso de velocidade.



Risco no bico


Uma frenagem de emergência com o pneu murcho pode acabar em queda. O pneu é capaz de rodar no aro e arrancar o bico da câmara, ocasionando vazamento instantâneo. Mesmo em baixa velocidade o risco de queda existe. Se o pneu murchar ou sair do aro o piloto terá a desagradável surpresa de realmente perder o controle da moto.

Só no traseiro

Para quem ainda acredita que usar o freio traseiro é o mais seguro, realizamos medições a 60 km/h como exemplo. Só usando o freio traseiro (apenas com o piloto), a moto percorre exatos 43,14 metros contra os 16,02 metros na frenagem normal (usando os freios dianteiro e traseiro). Ou seja: a moto percorre quase o triplo do espaço até parar.



Na pista molhada essa diferença fica ainda maior e controlar a moto é uma tarefa mais difícil, já que ela tende a sair de lado no asfalto molhado. Quem usa apenas o freio traseiro acredita na “lenda urbana” (talvez vindo dos primeiros tempos das bicicletas) de que o uso do freio dianteiro faz o moto “capotar” de frente.


Matéria publicada e extraída do site: http://www.revistaextreme.com/ (04/11/2010)

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